No cenário competitivo do varejo e das franquias, expandir um negócio é um desafio complexo. A escolha do ponto comercial, a avaliação do potencial de uma região e a análise da concorrência são etapas fundamentais que podem determinar o sucesso ou o fracasso de um investimento.
Nesse contexto, destaca-se uma das métricas mais poderosas e, muitas vezes, subestimadas: o fluxo de pessoas.
Entender de onde vêm e para onde vão os potenciais clientes é o primeiro passo para uma expansão estratégica, pois permite compreender toda a dinâmica de mobilidade de uma área e do seu público.
Ao utilizar dados precisos sobre o fluxo de pessoas, é possível não apenas identificar o local ideal para a próxima unidade, mas também otimizar a performance de lojas já existentes, impulsionando o crescimento e a lucratividade da rede.
Neste artigo, vamos explorar a importância dessa métrica, como medi-la e interpretá-la, além de entender sua aplicação estratégica na tomada de decisões relacionadas à expansão.
O que é a métrica de fluxo de pessoas?
O fluxo de pessoas pode ser definido como o movimento de indivíduos em uma determinada área ou local ao longo do tempo.
No contexto dos negócios, essa métrica representa uma compreensão aprofundada sobre a circulação de potenciais clientes — seja no entorno de um ponto de venda ou em sua rotina diária —, oferecendo insights valiosos sobre seu perfil de consumo.
Ela vai muito além de uma simples contagem de passantes: trata-se de uma análise detalhada dos padrões de mobilidade, que inclui informações como horários de maior movimento, origem dos frequentadores, destinos mais comuns, dias da semana com maior fluxo e formas de deslocamento, seja a pé, de carro ou outros meios.
Benefícios da análise do fluxo de pessoas para sua estratégia de negócios
Imagine que você está avaliando dois pontos comerciais para abrir uma nova unidade da sua franquia de café. Ambos aparentam ter bom movimento.
No entanto, uma análise de fluxo de pessoas pode revelar que, no ponto A, o tráfego é composto principalmente por deslocamentos de carros a caminho do trabalho pela manhã — pessoas com pouco tempo para parar e consumir um café no local.
Já no ponto B, o fluxo é majoritariamente a pé, com picos entre 11h30 e 14h30 — indicando que, durante o horário de almoço, há grande movimentação de pessoas andando pela rua, com alta probabilidade de consumirem um café.
De maneira geral, essa métrica é essencial porque:
- Ajuda a escolher o ponto ideal: a localização é um dos fatores mais determinantes para o sucesso no varejo. O fluxo de pessoas fornece dados concretos que validam percepções intuitivas e orientam a escolha de um local com alta probabilidade de retorno.
- Otimiza a operação: ao compreender os horários de pico, é possível ajustar o horário de funcionamento, otimizar a escala de funcionários e planejar promoções nos momentos de maior movimento.
- Revela o perfil do público: ao analisar a origem e o destino das pessoas, torna-se viável identificar o perfil demográfico e de consumo da clientela potencial, permitindo ações de marketing mais direcionadas e uma oferta mais alinhada às preferências do público.
- Reduz riscos: abrir uma nova loja é um investimento de alto risco. A análise do fluxo de pessoas oferece uma base de dados sólida para embasar decisões, reduzindo incertezas e aumentando as chances de sucesso.
- Avalia o potencial de faturamento: com base na densidade de pessoas e nos padrões de mobilidade, é possível elaborar projeções de faturamento mais realistas e fundamentadas.
A importância de entender de onde vem e para onde vai seu público
Uma das principais entregas de valor dos dados de fluxo de pessoas é decifrar a jornada do cliente. Compreender de onde vêm e para onde vão as pessoas que frequentam ou circulam perto do seu ponto comercial é essencial para estratégias de negócios mais inteligentes. Essa análise vai muito além do tráfego superficial, revelando a dinâmica real de mobilidade do seu público-alvo.
Pense no exemplo da Cogna, uma das maiores empresas de educação do Brasil e cliente da Kognita. Por meio da análise de dados de mobilidade, a equipe descobriu que a maioria dos alunos que frequentavam a faculdade não se deslocava a partir de suas residências (endereço informado no cadastro), como era inicialmente esperado. O estudo revelou que muitos estudantes partiam de seus locais de trabalho, utilizando estações de metrô próximas como ponto de passagem.
Essa descoberta foi crucial: ela demonstrou que o público daquela unidade era formado, majoritariamente, por trabalhadores que valorizavam a conveniência de estudar próximo ao emprego, e não necessariamente perto de casa.
Esses dados podem ser aplicados em decisões sobre expansão de unidades, estratégias de marketing e até no ajuste da grade curricular, para atender melhor esse perfil de aluno.
Outro caso semelhante é o do Burger King, também cliente da Kognita. Com base nos dados de fluxo, a empresa pôde identificar as unidades que demandavam um drive-thru, otimizar a escala da equipe em horários estratégicos, criar ofertas de marketing direcionadas e, claro, gerar insights para a expansão da franquia, garantindo um atendimento mais eficiente e um melhor aproveitamento do potencial de cada unidade. Leia o case completo aqui!
Esse tipo de insight vale para qualquer negócio. Se você tem uma cafeteria, por exemplo, saber se seu público vem de escritórios próximos ou de bairros residenciais pode influenciar diretamente o cardápio: deve-se priorizar lanches rápidos para o almoço ou opções mais elaboradas para o fim de semana?
Em todos esses casos, o entendimento da origem e do destino do fluxo de pessoas é o que permite otimizar operações e maximizar o faturamento, direcionando os esforços para o que realmente importa: a sua base de clientes.
Principais métodos e tecnologias para coleta de dados de fluxo
Historicamente, o fluxo de pessoas era medido por meio de contadores manuais ou sensores. Embora ainda sejam úteis para contagens simples, esses métodos não oferecem a riqueza de informações necessária para uma análise estratégica.
Atualmente, a tecnologia permite uma análise muito mais rica e detalhada, com dados que seriam impossíveis de obter por métodos tradicionais.
A seguir, listamos algumas das principais metodologias disponíveis no mercado para a coleta e análise de fluxo de pessoas — algumas delas utilizadas pela Kognita:
Dados de geolocalização de dispositivos móveis
Essa é uma das fontes mais ricas e precisas. Por meio da análise de dados anonimizados e agregados de GPS, é possível mapear o movimento de milhões de dispositivos, revelando padrões de mobilidade, origem e destino das pessoas.
Isso permite identificar se os frequentadores de uma loja são moradores locais, trabalhadores da região ou visitantes de outras áreas.
Dados de redes sociais e check-ins
Plataformas como Instagram e Facebook, que registram a localização dos usuários, podem complementar a análise ao mostrar o engajamento das pessoas com a região e o tipo de atividade que realizam no local.
Câmeras com inteligência artificial
Câmeras inteligentes equipadas com visão computacional são capazes de contar o número de pessoas, analisar a direção do fluxo e até estimar o tempo de permanência em uma determinada área — tudo de forma automatizada e em tempo real.
Dados de transporte público
A análise de informações provenientes da bilhetagem de metrô, ônibus e trens oferece insights valiosos sobre o deslocamento de pessoas em grandes centros urbanos, ajudando a entender os principais corredores de mobilidade.
Essa infinidade de dados exige um grande esforço de coleta, processamento e interpretação, caso seja feita de forma manual.
O caminho mais eficiente é contar com tecnologias e parceiros especializados, como a Kognita, que já possui uma base de dados geoespaciais estruturada e uma modelagem estatística robusta, capaz de transformar dados complexos em insights acionáveis, de fácil visualização e entendimento.
Interpretando os dados de mobilidade: principais insights
A verdadeira inteligência está na interpretação dos dados. Os dados de fluxo de pessoas podem responder a perguntas essenciais para a tomada de decisões estratégicas, como:
- Densidade de fluxo: qual é a quantidade de pessoas que circula por uma determinada área em diferentes horários e dias da semana? Essa informação ajuda a identificar os picos de movimento e os períodos de menor tráfego, permitindo otimizar operações e ações promocionais.
- Origem e destino: de onde vêm as pessoas que passam pelo seu ponto? Para onde elas vão? Entender a jornada do público é fundamental para criar estratégias de marketing eficazes e ofertas direcionadas.
- Tempo de permanência: quanto tempo, em média, as pessoas permanecem na área? Um tempo alto pode indicar que o local é um destino, enquanto um tempo baixo pode caracterizar a região como uma área de passagem.
- Tipologia da área: classificar a região com base em seu perfil de mobilidade — por exemplo, se é predominantemente residencial, comercial, de serviços ou de entretenimento — ajuda a contextualizar os dados e entender melhor o potencial de cada ponto.
Aplicações práticas: como franquias e o varejo usam o fluxo de pessoas para crescer
O uso de dados de fluxo de pessoas se traduz em resultados concretos para negócios que buscam expandir de forma inteligente. Confira como isso funciona na prática:
Franquias
Para uma rede de franquias, por exemplo, a escolha de um novo ponto é um dos maiores desafios. Um erro nessa decisão pode custar milhões e ainda impactar negativamente a reputação da marca.
Nesse contexto, o fluxo de pessoas fornece uma base sólida e orientada por dados para embasar a escolha do local ideal.
Identificação de áreas de alto potencial
Plataformas como o GeoEdge, da Kognita, utilizam inteligência artificial para cruzar dados de fluxo de pessoas com outras variáveis — como renda média, presença da concorrência e pontos de interesse — a fim de identificar cidades ou bairros com o perfil ideal para a sua marca.
Previsão de faturamento
Ao analisar o fluxo de pessoas em determinada área e compará-lo com o desempenho de unidades existentes em locais de fluxo similar, é possível projetar o faturamento esperado antes mesmo de alugar o espaço. Isso reduz consideravelmente os riscos do investimento.
Otimização da operação
Como já demonstrado no case do Burger King, os dados de mobilidade permitem ajustar a escala da equipe, o layout da unidade e até mesmo o estoque, garantindo uma operação mais eficiente, especialmente nos horários de pico.
Varejo
As lojas de varejo, sejam de rua ou localizadas em shoppings, também se beneficiam enormemente dessa análise. Veja alguns dos principais ganhos:
Análise de canibalização
Durante a expansão de uma rede, há o risco de que uma nova unidade tire clientes das lojas já existentes. O GeoEdge permite mapear a área de influência de cada ponto e identificar possíveis sobreposições, ajudando a evitar a canibalização e a otimizar o posicionamento de novas unidades.
Avaliação de performance
É possível cruzar o fluxo de pessoas de uma determinada região com o faturamento real de uma loja. Assim, identifica-se rapidamente se a unidade está sub ou superperformando. Por exemplo, se uma loja está em uma área de alto fluxo, mas tem vendas baixas, o problema pode estar na operação interna — como atendimento, sortimento de produtos ou exposição visual.
Geomarketing
Ao entender o perfil de mobilidade dos frequentadores de uma região, as marcas podem criar campanhas de marketing mais precisas, utilizando mídias sociais ou anúncios geolocalizados, direcionados especificamente a pessoas que circulam naquela área ou que apresentam o perfil ideal de consumidor. Isso aumenta significativamente as chances de conversão.
Inteligência artificial a favor de análises de fluxo: conheça o GeoEdge
A análise de fluxo de pessoas gera uma quantidade tão grande de dados que se torna praticamente impossível para um ser humano processá-los de forma eficiente. É aí que a inteligência artificial entra em cena, transformando dados brutos em insights acionáveis para o crescimento do seu negócio.
A Kognita, empresa especialista em inteligência artificial, desenvolveu o GeoEdge: uma solução que combina IA e análise geoespacial para otimizar a performance de pontos de venda e apoiar decisões estratégicas de expansão.
O GeoEdge coleta dados de fluxo de pessoas e os integra a um ecossistema completo de informações, como imagens de satélite, dados de renda, concorrência e pontos de interesse, oferecendo uma visão 360º de cada localização analisada.
Modelos avançados de machine learning são aplicados para processar grandes volumes de dados geoespaciais. Paralelamente, a inteligência artificial escala a interpretação dessas informações e as cruza com outras variáveis estratégicas para realizar projeções de faturamento, análises de mercado, avaliação da concorrência e identificação de possíveis casos de canibalização. Tudo isso contribui para que empresas escolham os pontos ideais para crescer com mais escala, velocidade e assertividade.
Se você deseja acessar milhares de dados geoespaciais e transformá-los em decisões estratégicas de expansão com rapidez, precisão e inteligência, essa é a solução ideal.
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